Ação

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Hoje(03/07/2009), por volta das 7:20 da manhã, passei por uma situação um quanto inesperada, porém comum.
Como de costume, acordei tarde, me levantei pra ir tomar banho, me deparei com um banheiro ocupado, tornei a me deitar, esperando ouvir o barulho da porta abrir novamente.
Acabei me levantando cerca de 6:15, me arrumei, comi algo, e fui pra o ponto de onibus como de costume, peguei um às 7 horas, e fui como de costume conversando com um colega meu que mora perto e estuda no mesmo colégio.
O meu ponto de descida mais próximo do colégio, é o do Parque municipal Golçalves Lêdo, local de treino muito conhecido por todos de Maceió. E o ponto que é mais rápido paraa que eu chegue no colégio, é o da Embratel, que apesar de um pouco mais distante, o tempo que o onibus demora para dar a volta no centro é maior do que se eu descer na Embratel, ou seja: Mais perto: Gonçalves Lêdo; mais rápido: Embratel.
Não sei por quê, hoje mesmo estando atrasado, meu deu uma vontade enorme de descer na Golçalves Lêdo, é como se eu pressentisse que eu não deveria ir pela embratel, acabei descendo no ponto mais próximo do colégio, e como de costume, ao descer, vou andando ao colégio, se não acontece uma coisa tão comum, quanto o cantar de pneus.
Com um reflexo um tanto quanto apurado, que o parkour me proporcionou ao longe de mais ou menos 1 ano de treino, virei-me rápido para ver o que estava por acontecer, e me deparei com a cena exata de um carro, acertando em cheio uma senhora, que desceu apressada do onibus, passou na frente do mesmo, e estava atravessando a rua sem olhar.
Na hora, a reação foi "travante"! Cerca de 3 segundos depois, quando a sandália dela caiu no capô do carro, foi que eu me toquei do que realmente tinha acontecido. Me dirigi rápido em direção da senhora, que chorava, e gemia algo como "preciso ir pro trabalho", enquanto tentava se levantar.
A essa altura, eu já estava com o ceular na mão e ligando para o 192, e ao mesmo tempo, conversando com a senhora, como já tinha aprendido em cerca de 6 anos de Escotismo, meus primeiros socorros vieram de forma automática, assim como em uma queda, seus reflexos o ajudam a pôr a mão no chão, ou então a fazer um cat leap quando está a beira de uma queda de 4 metros.
A senhora aparentava ter entre 60 e 70 anos, e estava acordada, e um tanto quanto "desnorteada". Assim que a atendente do SAMU atendeu, eu falei em alta e clara voz:
"Bom dia, houve um atropelamento na ladeira do brito, ao lado da praça Gonçalves Lêdo, com apenas uma pessoa ferida, uma mulher, aparenta ter entre 60 e 70 anos, está acordada, e com um pouco de sangue na cabeça, pedi para que conversem com ela para que ela não perca a consciencia". Nesse momento a atendente me interrompeu, perguntou meu nome e disse que iria me transferir para os bombeiros, já que todas as unidades do SAMU estavam ocupadas. Foram 20 segundos que pareceram demorar 20 minutos. Enfim, eu mesmo comecei a conversar com a senhora, ela estava chorando, talvez pela pancada, talvez pela queda, quem saberia, ela não aparentava ter nenhum osso quebrado, e queria por que queria se levantar e ir pro trabalho. Perguntei seu nome, era algo estranho, não me lembro direito, algo como Josefa dos Santos, de 68 anos. Afinal, não sei o que PORRA tinha anquele trabalho(talvez a necessidade desse emprego) que ela queria por que queria ir pra ele, naquele momento. A partir daí, é onde começa minha curiosidade. Falei com um rapaz ao meu lado para não parar de conversar com ela, e aguardar enquanto a ambulancia dos bombeiros não chegava. Disse que não podia ficar mais ali pois tinha aula e pra lá estava indo agora.

Desde então, estou pensativo, lembrando principalmente do Vlad, aquele filho da puta que toda vez atravessa o caralho da rua sem olhar e ainda dá um mortal no meio. Mas sério mesmo, estou tão pensativo no que pode ter acontecido com aquela senhora. O pior que não posso procurar ela, por quê não sei pra onde ela foi. (provávelmente o HGE, mas quem sabe né?)

Enfim, me senti como nunca tinha me sentido.
Já tinha dito linha de onibus pra cego(analfabeto também), levado senhora junto comigo no guarda-chuva, dado moeda pra pedinte, mas nada me deixou tão "recompensado" quanto ter ajudado aquela senhora assim de cara. Afinal, parecia que eu era o unico naquele local que tinha noção de primeiros socorros.

No fim de tudo, acabei percebendo que
-Atravessar a rua correndo pode ser muito perigoso
-Talvez um dia você use os primeiros socorros que você nunca pensou em ler do manual do seu carro
-Uma boa ação realmente nos faz sentirmos melhores
-Não atravesse na frente do ônibus parado no ponto
-Se ver uma velhinha voando 3 metros, ligue para o SAMU
E por fim:
-Adoro vocês seus filhos da puta, não atravessem a rua correndo ¬¬


(Ah, quase me esqueci, a motorista tentou freiar, o carro foi um Celta, a motorista (mulher, mas não teve muito a ver com ela não)prestou socorro, e provavelmente ficou lá até socorrerem a vitima)



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9 comentários:

  1. filho da puta! não tenha nada contra quem atravessa correndo! é melhor correr que andar! se a velhinha podesse correr ela não teria sido atropelada! ^^

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  2. (critica construtiva)Da mesma forma que a senhora queria tanto ir ao trampo e vc não entendia. Eu tbm não entendo o por que de vc estar tão apressado pra ir a aula. Mais a iniciativa de ajudar foi foda !!

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  3. Este comentário foi removido pelo autor.

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  4. Então... sem tirar a magia e o brilho q foi a sua atitude a esse acontecimento, não entendi pq se retirou do local mesmo sabendo q vc era único que tinha noção de primeiros socorros.
    O que estou querendo dizer é que: se no caso, essa senhora fosse uma pessoa próxima, teria vc sentido a mesma necessidade de ir a aula?
    Sua atitude foi maravilhosa e poucas pessoas teriam a atitude q vc teve, mas acho q as relações humanas ficou de segundo plano neste momento do acontecido. Ela, por uma necessidade maior em ir ao trabalho e vc em ir a aula. O q custaria vc esperar a ambulância chegar?

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  5. Fui embora "tão rápido" por que já eram 7:25, e as portas do colégio se fecham ás 7:30, e no dia seguinte(hoje) eu tive simulado(todas as matérias ¬¬) então tive que ir, pra não acabar me prejudicando tanto. Mas eu passei algumas instruções para um rapaz que estava lá, até por que não tinha nada mais a se fazer. Mulher consciente, ambulancia chamada, motorista mobilizada, e uma pessoa que eu acredito que ficou lá conversando com ela, assim como eu pedi. Por isso que me senti a vontade de ir embora. Mas ainda me preocupa o estado de saude dela :s

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  6. achei o texto um pouco "eu sou mto foda", mas o ato de ajudado a senhora salvou seu texto (embora não tenha esperado a ambulância chegar ¬¬)

    Poeta

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  7. aaa possa crer. agora entendi

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  8. Eu sei Kalebe, fiz o que pude! | Nem ecrevi me achando o foda, escrevi pra compartilhar um pouco do que vivi naquele momento, e se alguém tiver achando que a parte do "acho que só eu tinha noção de primeiros socorros" foi algo do tipo "eu sou foda", está se enganando, é que o povo de maceió é muito relaxado, e nem pra ler um pouco sobre primeiros socorros eles servem!

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